Aqui, no blog da C4U, já contamos como foi a imigração italiana no Brasil e como esse movimento contribuiu e ainda contribui para a formação cultural e desenvolvimento econômico do nosso país.
Isso porque os italianos não vieram para cá só com a vontade de contribuir com o crescimento brasileiro, mas também trouxeram nas bagagens as fortes tradições da sua terra natal, que rapidamente se incorporaram ao nosso cotidiano tropical.
Contudo, os italianos representam somente uma parcela de todos os outros povos europeus que também enxergaram no Brasil um lugar repleto de oportunidades e, assim, vieram para cá para prosperar.
As grandes embarcações europeias começaram a atracar nos portos brasileiros já nas primeiras décadas do século XIX, vindas de países como Espanha, Portugal e Alemanha (além da Itália, é claro).
Mas você sabe o que realmente motivou tantos europeus a procurar no Brasil a chance de uma vida mais digna para os seus familiares e quase que romper o contato com quem ficou nas regiões de onde vieram?
Bom, há uma força silenciosa que atravessa gerações.
De cara, adianto que a motivação de vir para o Brasil para todos os oriundos da distante Europa era basicamente a mesma: escapar das dificuldades socioeconômicas que não só a Itália passava, mas o Velho Continente, de modo geral.
Segue aqui comigo que vou te contar sobre os complicados bastidores da imigração de europeus para o Brasil e como esses povos foram corajosos para superar todas as adversidades dessa trajetória!
Como eram as viagens nas embarcações?
Como mencionei no tópico anterior, as dificuldades dos europeus para vir para o Brasil começava antes que eles pudessem colocar os pés no navio.
Por exemplo, na Itália, as embarcações com destino à América do Sul saíam, principalmente, de 2 regiões: Gênova e Nápoles. O que obrigava os italianos a percorrer longas distâncias dentro do próprio país, até chegar aos portos.
No início do movimento imigratório, as viagens eram feitas em navios movidos a vela, e, para os italianos, demoravam por volta de 60 dias para ser concluídas. E só mais tarde, os navios a vapor passaram a compor as frotas europeias, o que reduziu significativamente o tempo da viagem.
Durante as viagens, os europeus enfrentavam todo tipo de adversidade, já que a situação nos navios era precária. Vale relembrar que a Europa, naquela época, passava uma crise profunda causada pelas guerras e pela propagação de doenças contagiosas.
Contexto histórico:
Na Europa, o século XIX foi marcado pelo aparecimento e ressurgimento de diversas doenças contagiosas, como a cólera e o tifo. Muitas dessas epidemias eram atribuídas ao saneamento básico precário e à falta de cuidados com a higiene.
Dessa forma, fica fácil prever que, nas embarcações, era muito comum que ocorressem surtos de doenças ou pragas (piolhos e insetos). E como não havia como tratar dos doentes durante a viagem, muitas pessoas não conseguiam sequer chegar vivas ao destino.
A grande maioria dos imigrantes ocupavam os lotados porões dos vapores, pois não tinham dinheiro para comprar passagens que lhe concedessem maiores confortos. Então, para evitar que as doenças se alastrassem pela embarcação, os corpos das pessoas que faleciam durante a viagem eram arremessados ao mar.
Quando não eram as doenças que tornava a saga dos imigrantes mais difícil, questões naturais também contribuíam negativamente para a viagem dos europeus. Em 1823, por exemplo, alemães com destino ao Brasil tiveram sua embarcação (Argus) danificada devido a uma tempestade, fato que obrigou o grupo a voltar ao ponto inicial para consertar o mastro do navio.
Enfim, os muitos percalços enfrentados pelos europeus deixaram marcas profundas na história do movimento imigratório do século XIX, exaltando a coragem que essas pessoas tiveram, não só por deixar o país de origem, mas por enfrentar o desconhecido para proporcionar uma vida melhor para suas famílias.
Veja só o relato que cliente da C4U deu sobre a história do seu ascendente italiano:
Por que os imigrantes europeus escolheram o Brasil?
A crise que se alastrava pelo continente também obrigava os governos europeus a estimular a emigração para prover um certo alívio das pressões socioeconômicas em seus países.
Além disso, o movimento imigratório alimentava o fluxo de renda proveniente do exterior, pois muitos imigrantes enviavam suas economias para os parentes que haviam ficado.
Só para ter uma ideia de como o movimento imigratório era forte naquela época, somente durante o período entre 1860 e 1920, cerca de 7 milhões de italianos saíram do continente europeu em busca de uma melhor sobrevivência em outras regiões do mundo.
Ao chegarem por aqui, no Brasil, a situação dos imigrantes não mudaram de uma hora para outra. O sonho da prosperidade que nosso país vendia ainda demoraria algum tempo para ser alcançado.
Vale lembrar que a imigração europeia foi incentivada, principalmente, pela abolição da escravatura, pois os fazendeiros brasileiros se recusaram a pagar salários aos ex-escravos, dando preferência à mão de obra estrangeira.
Dessa forma, a segunda metade do século XIX registra a chegada dos europeus para trabalhar, principalmente, nas lavouras de café e também para compor os núcleos coloniais que o governo brasileiro criava com o intuito de incentivar a propagação do conhecimento sobre a terra que os camponeses tinham.
Mesmo que o governo brasileiro tenha incentivado a entrada e a estadia desses europeus por meio da doação de terras ou as vendendo por um preço baixíssimo, não foram tempos fáceis para os imigrantes sonhadores. O trabalho era muito e a recompensa financeira só viria tempos mais tarde, depois de muito suor derramado.
Nos século XX, o fluxo migratório europeu no Brasil perdeu força, dando lugar aos imigrantes oriundos da Ásia, como os japoneses e sírio-libaneses. Porém, a comunidade europeia já estava há muito estabelecida no país, contribuindo ativamente para o desenvolvimento da nossa nação.
Abrace as mudanças com coragem, realize seus sonhos com cidadania
Sendo assim, esse resgate da memória e da coragem que os imigrantes europeus tiveram para vir para o Brasil, atualmente, se faz extremamente necessária. Nos últimos meses, o reconhecimento da cidadania europeia, principalmente a da cidadania italiana, tem se tornado cada vez mais de difícil acesso.
Leis que limitam à cidadania, como o novo decreto italiano, vêm surgindo, colocando em risco a herança que os imigrantes europeus deixaram para seus descendentes.
Por isso, nos 6 anos da Cidadania4U, vamos nos empenhar em fazer com que a conquista da cidadania europeia seja a dose extra de coragem. Para que você alcance horizontes cada vez mais distantes, assim como nossos antepassados também sonharam um dia!
Assista ao manifesto da campanha de aniversário da C4U:
Lindo, né? (Enxugando as lágrimas aqui 🥲).
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